Articulação dos Povos e Organizações Indígenas do Nordeste, Minas Gerais e Espírito Santo – APOINME vem a público manifestar repúdio às condições em que são mantidos em cidades do Nordeste, os indígenas do Povo Warao; e manifestar, ainda, solidariedade aos parentes desse Povo que se encontram no Brasil.
Desde 2014 a chegada de indígenas Warao ao Brasil vem se intensificando, como resultado da migração de populações da Venezuela, país que atravessa uma grave crise econômica e humanitária. Segundo reportagens da imprensa, atualmente, a presença da população Warao está registrada nas cinco regiões do Brasil. E, muito embora a maioria se concentre na região Norte do Brasil, esses parentes hoje estão também em estados do Nordeste, como Maranhão, Ceará, Paraíba e Pernambuco.
Suas vivências em território nacional são marcadas por extrema violências e xenofobia, sendo submetidos à condições degradantes e desumanas, que se tornam ainda mais aviltantes ante o contexto da Pandemia de Covid-19.
A APOINME, na qualidade de Organização Indígena atuante na região, repudia o racismo e a negação aos direitos humanos fundamentais impostos a nossos parentes, sobretudo na forma de omissão dos poderes públicos federal e estaduais que deveriam ofertar soluções para um acolhimento humanizado dessas populações. Além disso, reafirmamos ser imprescindível que se promova um acolhimento a essas famílias, garantindo que tenham acesso a condições dignas de alimentação, água, saúde e medicamentos, e alojamento. Salientamos ser imperativo o respeito às especificidades culturais no atendimento ao Povo Warao.
Destacamos, por fim, que a APOINME se coloca como um parceiro disponível a cooperar nos diálogos, planejamentos, implementação de mecanismos de acolhimento dos grupos Warao nos estados de sua área de abrangência.